quarta-feira, 10 de junho de 2009
sobre o improviso
"Em sânscrito existe uma palavra, lîla, que significa 'jogo', 'brincadeira'. Mais rica de sentidos do que as palavras correspondentes em nossa língua, ela significa brincadeira divina, o jogo da criação, destruição e recriação, o dobrar e desdobrar do cosmos. Lîla, profunda liberdade, é ao mesmo tempo a delícia e o prazer do momento presente e a brincadeira de Deus. Significa também 'amor'. Lîla pode ser a coisa mais simples que existe - espontânea, infantil, franca. Mas, à medida que crescemos e experimentamos as complexidades da vida, ela também pode ser a conquista mais dura e difícil, e chegar a desfrutá-la é como retornar ao nosso verdadeiro ser. Existe algo energizante e desafiador em estar frente a frente com a plateia e criar uma peça musical que tem ao mesmo tempo o frescor do momento fugaz e - quando tudo funciona - a tensão e a simetria estrutural de um organismo vivo. Pode ser uma experiência extraordinária e muitas vezes mobilizadora de comunicação direta. Caminhar por uma cidade desconhecida seguindo a intuição é muito mais gratificante do que uma excursão planejada por lugares testados e aprovados. Mas esse passeio é totalmente diferente de perambular a esmo. Existem muitas situações em que somos impropriamente solicitados a planejar ou roteirizar o futuro." (Stephen Nachmanovitch)
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