Talvez o mais famoso argumento contra a realidade do tempo seja o de McTaggart. Ele diz que podemos distinguir duas séries ou características do tempo, a série-A e a série-B, que chamaremos de características-A e características-B. As noções de passado, presente e futuro são as características-A; e as noções de antes e depois, ou anterior e posterior, são as características-B. Segundo McTaggart, as características-B são redutíveis às características-A, e as características-A nos levam ao regresso ao infinito. Tome como exemplo um evento presente, a leitura desta postagem. Este evento é presente, foi futuro e será passado. Ser presente é ser presente no presente, ter sido futuro no passado e vir a ser passado no futuro. Ser presente no presente é ser presente no presente no presente, ter sido futuro no passado no presente, vir a ser passado no futuro no presente etc. Resumindo, por levarem ao regresso ao infinito as características-A não podem ser atribuídas ao tempo. Como, após a redução das características-B às características-A, não há outras características do tempo, McTaggart conclui que o tempo não tem característica alguma por ser irreal. Em suma, ele diz que o tempo não existe, embora tenhamos a ilusão do tempo.
Uma das duas principais famílias de soluções para esse problema tem caráter epistemológico e metafísico. Traçamos a visão de uma direção no tempo por causa da assimetria da causação. Sabemos mais sobre o passado porque os elementos do passado são causas do efeito que é nossa percepção.
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