quarta-feira, 10 de junho de 2009
pairar entre duas categorias
Uma das estratégias do processo criativo contemporâneo é fazer a obra pairar entre duas categorias. Quando nomeamos algo, arquivamos esse algo. Enquanto não nomeamos, a ideia fica pairando e mantém-se frontal. Picasso dizia que queria fazer um morcego que não deixasse de ser uma caixa de fósforo. Quanto menos algo é o que é, mais ele pode ser outra coisa. Essa é a diferença de uma obra bem feita dentro das categorias pré-existentes e uma obra realmente criativa, que nunca se fecha e sempre vai manter o processo mental do fruidor. Por isso, a obra realmente criativa sempre causará estranhamento e até incômodo no início. "Diante de uma obra desafiadora, muitas vezes não se sabe se gostamos dela ou não, mas ficamos pensando nela durante duas semanas", diz o escocês Charles Watson, professor de arte do Parque Laje (RJ).
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