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sábado, 15 de agosto de 2009

redondo ou...

Fantástica descrição da Wire Magazine - na lista de 150 Sonic Essentials and Aural Obscurities - para o Oval, projeto eletrônico alemão encabeçado por Markus Popp (foto abaixo) que é um dos cinco principais da avant-electronica: "Disturbing the smooth flux of electricity with tone poems wrung from scratched CDs. Serious head damage."



Existe uma seção do site da Wire Magazine só de listas, tanto as de melhores dos anos quanto algumas de todos os tempos, como por exemplo a lista mencionada acima, que é a menção mais completa que eu já vi do tudo o que é de fato importante para o apreciador de música... teratônica.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

sobre o som

"Sabemos que o som é onda (...). Não há som sem pausa. O tímpano auditivo entraria em espasmo. O som é presença e ausência, e está, por menos que isso apareça, permeado de silêncio. Há tantos mais silêncios quanto sons no som . . . Mas também, de maneira reversa, há sempre som dentro do silêncio: mesmo quando não ouvimos os barulhos do mundo, fechados numa cabine à prova de som, ouvimos o barulhismo do nosso próprio corpo produtor/receptor de ruídos (refiro-me à experiência de John Cage, que se tornou a seu modo um marco na música contemporânea, e que diz que, isoaldos experimentalmente de todo ruído externo, escutamos no mínimo o som grave da nossa pulsação sangüínea e o agudo do nosso sistema nervoso). O mundo se apresenta suficientemente espaçado (quanto mais nos aproximamos de suas texturas mínimas) para estar sempre vazado de vazios, e concreto de sobra para nunca deixar de provocar barulho.

"O som é o produto de uma seqüência rapidíssima (e geralmente imperceptível) de impulsões e repousos, de impulsos (que se representam pela ascensão da onda) e de quedas cíclicas desses impulsos, seguidas de sua reiteração. A sonda sonora, vista como um microcosmo, contém sempre a partida e a contrapartida do movimento, num campo praticamente sincrônico. (...) O som é, assim, o movimento em sua complementaridade, inscrita na sua forma oscilatória."

WISNIK, José Miguel. O som e o sentido.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

pós-minimalismo conceitual



"William Basinski provavelmente não quis fazer um réquiem para Nova York em 11 de setembro de 2001, mas, numa monumental coincidência, ele fez. Naquela manhã, Basinski estava passando alguns loops de fitas cassete que ele tinha criado nos anos 80 para o formato digital. Por causa da idade e da instabilidade das fitas magnéticas, a fita estava se desintegrando. Cada vez que ele tocava o loop, caía um pouco do óxido de ferro, e a música estava mais fragmentada na próxima repetição." (Allmusic Guide)

sábado, 20 de junho de 2009

mestres: pan sonic



Num dia memorável do final dos anos 80, na capital finlandesa Helsinki, integrantes de um grupo músico-performático chamado Ultra 3 sujeitaram-se a um teste de resistência sônica. Isolados numa sala pequena, ali ficaram por dez horas, sem comida ou qualquer suprimento, imersos num rumor sonoro de baixa baixa freqüência a 125 decibéis. Quase uma década depois, dois membros daquele grupo, Mika Vainio e Ilpo Väisänen, na sua residência em South London, ficaram criando música em público seis horas por dia, todo dia, por três semanas. O Pan Sonic vem de uma pequena coleção de almas na Finlândia (um lugar onde, segundo eles, "dificilmente alguma coisa acontece alguma vez") que se dedicam a cultivar um clima bizarro de experimento artístico e inovação tecnológica. "A experiência Ultra 3 funcionou muito bem', diz llpo, 'havia um grande sentimento depois daquilo, porque nós treinamos nossas mentes para estar no espaço por dez horas".

sábado, 13 de junho de 2009

a água fala

John Cage aplicando as características da arte contemporânea à música e sendo percebido como um número de comédia pela plateia de um programa de televisão: