quinta-feira, 23 de julho de 2009

princípio da incerteza para o óbito de célebres escritores


Nosso ultrapassado Juliano (apesar de ser usado, ainda, no cálculo de feriados religiosos)

Já que no mesmo Post foram citados, casualmente, Cervantes e Shakespeare ( no post A Influência de Francis Bacon sobre os Veículos Automotores Brasileiros), dois cavaleiros que tenho em alta conta como heróis existenciais, vamos a uma curiosa curiosidade (pleonasmo meu): é fato notório que ambos morreram no dia 23 de Abril. Contudo, é importante perceber que o Calendário Gregoriano já era utilizado na Espanha desde o século XVI, enquanto que na Inglaterra, que desconfiava deste golpismo temporal católico (Kepler ironizava a adoção do novo calendário por “estar em desacordo com o Sol e estar de acordo com o Papa”), utilizava, ainda, o Calendário Juliano. A adoção do calendário Gregoriano pelos britânicos deu-se somente em 1751, isto é, mais de 150 anos depois. Assim, em 1582, o Papa Gregório XIII, aconselhado pelos astrônomos, decretou pela bula Inter gravissimas que quinta-feira, 4 de Outubro de 1582 seria imediatamente seguido de sexta-feira 15 de Outubro. Logo, nesta matemática obtusa, Miguel de Cervantes e Shakespeare faleceram no dia 23 de abril, contudo com dez dias de diferença. Em relação à mudança do calendário Juliano para o Gregoriano, fico imaginando alguns boêmios que, saindo para uma noite de beberagem no dia 4 de outubro de 1582, acordaram apenas no dia 15 (isto é, no dia seguinte).

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